terça-feira, 19 de outubro de 2010

Doidices

(Imagem google)


Palavras estão a milhas de serem verdades inteiras na arena, onde sempre as encontro envolvidas em chacinas de um milhão de letras que fogem sempre que a mão lhes pega de frente.
Há pegas que até se podem ver, outras nem por isso me dou ao trabalho, mesmo que entendesse como pegar o touro pelos cornos. Há touros que se defendem e bem desse tipo de pegas, que ultrajam tudo e todos, sempre que fazem uma boa pega. Rodopiam, rodopiam e somem-se na poeira ensanguentada. São como certas palavras que até se encolhem, sempre que lhes cheira a sangue de uma mão esfolada de tantas pegas fazer. Ela cai no pó, na merda, na chafurdice, mas ainda assim, se ressalva o brilho do anel em coroa, onde tem gravadas as palavras: "Amem-me, odeiem-me, ou então, esqueçam-me na arena. Lá, há merdas que ainda me aturam as doidices de querer escrever poemas".