quarta-feira, 29 de junho de 2011

Para além do Limbo - De Liliana Jardim




Seca-se o pranto no mar

das ribeiras translúcidas

de margens enlameadas

murmurando gotículas



Secam-se as estrelas

nas noites sem cor

das planícies lunares

raiadas de dor



Secam-se os cometas

trajados de sol dispersos

na poeira cósmica da morte



Declina-se o corpo no entardecer da vida

fausto de partir

na transparência da luz

no ensejo final de renascer

na alvorada de todas as coisas

feito vida encadeada

na orla de si



E para além do limbo existe o limite

a essência de se querer ser vida

num parto parido algures…

dentro de si


Liliana Jardim