O início de mais um ano nas nossas vidas, será antes de mais um inicio de mais um caminho que se abre às mais variadas mudanças que se têm como certas. Será só uma dose individual de vivências, que transformaremos em sonantes e diversificadas notas soltas que se espalham pela nossa mente, se virmos a mente como um refúgio para os tons mesclados de alter-egos. Mas se nos focarmos no centro, aquele mesmo ponto de onde saímos e para onde vamos sempre que o nosso ego se ramifica espalhando vários tipos de personas qualificadas pelo nosso interno e consciente saber, veremos as mais variadas formas de conseguir transportar todas as maleitas de que somos vítimas, e consertar ou quiçá, remendar a nossa mente adjudicando propostas de um alter-ego menos egocêntrico num sentido mais lato.
Este é um ano que me proponho ser mais que um simples papel escrito nas memórias de uma vida. Serei antes de mais uma pessoa que se encontra sempre que ama, mesmo que esse amor vá de encontro a retalhos à vista, feitos de consumismo barato. O que se consome, nem sempre é de melhor qualidade, mas o gosto com que se pratica o consumismo, é um gosto que fica para quem sabe que o consumo é ou deve ser tido, como uma satisfação das nossas necessidades e não um granjear do supérfluo, que nos faz engordar e também inchar à custa do ar saturado de atmosferas densas e poluídas. É um gosto saber-te aí e imaginar que me estás a ler agora, e que sorris porque entras em mim e eu em ti, sem o toque da pele esquentada e sem o olhar flamejante. Daí não saber muito bem se concordo com esta tua frase: “torna-se viciante para o nosso ego essas manifestações de carinho constante”. Vou-te saboreando na medida certa, sempre que te sinto através das palavras que escreves e isso para mim basta por agora, porque sei que este “agora”, é o que de ti recebo. Acolho-o com o carinho de sempre, assimilando só o essencial. O teu EU mais profundo.
Existe na força viva que carrego um movimento que desconheço, mas através dele, farei uma movimentação diferente aos olhos e dar-me-ei a conhecer a mim própria através da forma como me sinto quando partilho algo. Nunca, qualquer manifestação de carinho, se interpôs entre um ego mais necessitado e um alter-ego mais realizado, e talvez por isso eu goste tanto destas manifestações que prefiro dizer que Amo, para que não haja atritos entre eles.
Mas isto tudo só porque te queria desejar um ano fantástico e vê no que deu, logo eu deixei e ser eu, para ser um alter-ego qualquer em busca daquilo que o ego tem – Suposições e frustrações de quem não sabe, que o AMOR só é importante na medida em que o sentimos dentro de nós. Falo-te de um sentimento que enaltece qualquer ser humano que se preste a Ser antes de mais e que sinta que o Amor é para ser “consumido”, nas doses certas, sempre que a pele respirar o tal aroma quente e aconchegante. Nunca o AMOR será palpável nem materializado em casos de última hora ou até uniões vs concentrações para um futuro imediato, será sim uma entidade viva e vigilante em cada Pessoa. Mas, para que isso seja possível sem nos despojarmos de nós, teremos que nos separar de egos indesejáveis, ou então não haverá solução e teremos que esperar pela verdadeira mudança, que estou certa irá deitar por terra, todo um conjunto de vivências de uma vida. Penso que ela já faz parte de um processo onde estamos todos inseridos, e acredito que essa mudança está a acontecer neste momento em todos nós sem nos darmos conta disso, pois manifesta-se através das mais variadas posições na vida. Podem até ser as mais inconscientes, e até as mais revolucionárias dando forma aos pensamentos, mas será muito também na postura e no confronto com o outro. Esta nova era, será o volt-face, o início da verdadeira mudança que começa em nós, no nosso interior e vai fazer com que nos transformemos internamente ao ponto de nem sabermos quem somos, quer pelas manifestações de carinho e amor, quer pelas manifestações de ódio que nos consumirá até à mais ínfima partícula do nosso ser.
(In A voz do Silêncio – Carta a uma amiga)
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Vem Sentar-te Comigo Lídia à Beira do Rio
..."Desenlacemos as maos,
porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar...."
Ricardo Reis (F.P.)
Minha querida
ResponderEliminarAdorei o texto...muito belo.
Obrigada pelo carinho das suas visitas.
Beijinhos
Sonhadora
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÔnix,
ResponderEliminarQue texto lindo! Fiquei emocionada e concordo tanto contigo em coisas que dizes...Acredito, Ônix, como tu, se bem o entendi, que o Amor é uma energia ímpar que tem um poder imensurável e não tem limites, fronteiras.
Já sinto uma grande mudança, também, acontecendo no Universo, desde as mais ínfimas partículas até a maior delas...
Vivamos estas grandes mudanças em nós!
Um beijo.
Sim, o Amor é uma força dinâmica.
ResponderEliminarE todos precisamos de mudanças, pois durante o auto-conhecimento que é um processo contínuo também, descobriremos quem somos e como somos ou não o que fazemos.
2010 beijos
Ah, adorei o texto:-)
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