quarta-feira, 3 de junho de 2015

Profecias


Há nos limiares do tempo 
um pendular suspenso que balança…
e eu danço 

Mas o  meu corpo é o reverso 
em  ténue faísca  onde nasce a luz 
uniforme  do meu olhar 

Caminhos  intransponíveis 
neste renascer  
onde o verbo É 
mas deixa de Ser 
quando consente verbalizar
nos limites 
sobre o Cosmos reunificado

- Como abrir os olhos e falar-vos sobre um cometa 
que rasgou a atmosfera  neste leve balançar?

Há um estado de fidalguia nos seus versos
simples melodias esgrimam o ar
mas esta espera…
que sempre me desespera

- Ler-te  no infinito...Poeta do meu altar
é reescrever-me no mesmo lugar
de onde me viste chegar…

Leva-me sempre por novos  trilhos 
que também pisa
e sabe que o meu corpo se espreguiça 
nos seus versos 

Não cansa de me fazer doer
é como sentir a terra a tremer...

- E o frio a encolher-me toda neste corpo preso à vida

Já não posso caminhar sobre o seu ventre
vou fincar-me na extensão breve do tempo
e absorver dele a fina corrente 

Insígnia das utopias de um profeta
que marcou encontro com certas profecias
que sem saber se é poeta
por Profeta ser  
remete-se para a magistral leveza do Ser 
*
Poema em homenagem ao Poeta Filipe Campos Melo (Giraldof)


DM/ÔNIX, in Traços Indeléveis

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