Há nos limiares do tempo
um pendular suspenso que balança…
e eu danço
Mas o meu corpo é o reverso
em ténue faísca onde nasce a luz
uniforme do meu olhar
Caminhos intransponíveis
neste renascer
onde o verbo É
mas deixa de Ser
quando consente verbalizar
nos limites
sobre o Cosmos reunificado
- Como abrir os olhos e falar-vos sobre um cometa
que rasgou a atmosfera neste leve balançar?
Há um estado de fidalguia nos seus versos
simples melodias esgrimam o ar
mas esta espera…
que sempre me desespera
- Ler-te no infinito...Poeta do meu altar
é reescrever-me no mesmo lugar
de onde me viste chegar…
Leva-me sempre por novos trilhos
que também pisa
e sabe que o meu corpo se espreguiça
nos seus versos
Não cansa de me fazer doer
é como sentir a terra a tremer...
- E o frio a encolher-me toda neste corpo preso à vida
Já não posso caminhar sobre o seu ventre
vou fincar-me na extensão breve do tempo
e absorver dele a fina corrente
Insígnia das utopias de um profeta
que marcou encontro com certas profecias
que sem saber se é poeta
por Profeta ser
remete-se para a magistral leveza do Ser
*
Poema em homenagem ao Poeta Filipe Campos Melo (Giraldof)
DM/ÔNIX, in Traços Indeléveis
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