Imagino-me em chão aberto
cárcere de um tempo em que me sentia nua
mendigando pelo pão-nosso de um dia só
Abençoado aquele que me oferece as searas
e me ilumina as noites
Abençoado aquele que me esquece
enquanto mendigo o Amor por outros caminhos
Santificadas sejam as vozes
beatificados os corpos que descem à vida
e que esta terra infame me cubra por inteiro
e me reparta em pedaços
Aguardo pelo sol
ou pelo que resta dele, enquanto moribunda no teu olhar
Que seja meu companheiro
de um caminho a Norte
que se submete à sorte de um aconchego a Sul
Que acima de nós, se avistem os astros
que me falem alto de um ponto
em que te encontro
Fiquei muda e quieta
já nada me move deste espaço
onde assento a minha dor
porque te digo que há mais
muito mais a Sul
além desse mar que nasce no teu colo
ÔNIX in Traços Indeléveis (N/Editado)
(Conteúdo do blogue ao abrigo dos direitos de autor)
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