quarta-feira, 3 de junho de 2015

Luminiscências

Imagino-me em chão aberto
cárcere de um tempo em que me sentia nua
mendigando pelo pão-nosso de um dia só

Abençoado aquele que me oferece as searas
e me ilumina as noites

Abençoado aquele que me esquece
enquanto mendigo o Amor por outros caminhos

Santificadas sejam as vozes
beatificados os corpos que descem à vida
e que esta terra infame me cubra por inteiro
e me reparta em pedaços

Aguardo pelo sol
ou pelo que resta dele, enquanto moribunda no teu olhar

Que seja meu companheiro
de um caminho a Norte
que se submete à sorte de um aconchego a Sul

Que acima de nós, se avistem os astros
que me falem alto de um ponto
em que te encontro

Fiquei muda e quieta
já nada me move deste espaço
onde assento a minha dor
porque te digo que há mais
muito mais a Sul
 além desse mar que nasce no teu colo


ÔNIX  in Traços Indeléveis (N/Editado)
(Conteúdo do blogue ao abrigo dos direitos de autor)

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