Uma longa manhã desperta nas pradarias próximas,
arranco-te dos sepulcros e aprisiono-te a mim,
gelo-me por dentro, silencio a dor,
ceifo as amarras ocultas e misturo-me contigo.
Acalento as brasas nos portais do espírito,
trespasso as colunas no templo interior.
Dou-me com os ciprestes e as aves selvagens,
dou-me contigo, numa miragem de fogo eterno.
Avisto-te ao longe e finjo ser outra !
Oferto-te a nudez plena da minha consciência,
na purificação da minha alma,
desprendo-me de mim
e arrumo a bagagem pesada que carrego.
À transparência me denuncio
na minha demência.
São eternos os gestos que gastei no templo.
Os nossos olhares tocam-se na força dos ventos.
Foi lá que gastei todas as imundices trajadas,
no rigor dos tempos,
e estou a um passo de me trair contigo.
Cansei-me dos olhares calados e moribundos,
ardi nos lampejos nublados, crepúsculos inocentes.
Para que serve a chama alada, a purificadora da manhã,
incensário abandonado, fumos que já não se sentem?
Cantei-me a mim mesmo para afugentar o silêncio,
busquei-te nos bosques penetrados no fim da tarde,
Vem, sacia a minha boca com frutos doces,
dá-me do teu mel, cultivado nas colmeias em ti.
Caminho em teu rosto curvado!
Vê como se alonga este meu passo na divisão dos medos.
Se soubesses como quero penetrar na tua boca quente,
desprender-me desta teia amargurada…
Há doçura estendida nos lagares da minha casa
e beijos calados no meu regaço
Mas é na imensidão do teu colo que me abro a ti
Sou gruta aberta nesse mar calado
arranco-te dos sepulcros e aprisiono-te a mim,
gelo-me por dentro, silencio a dor,
ceifo as amarras ocultas e misturo-me contigo.
Acalento as brasas nos portais do espírito,
trespasso as colunas no templo interior.
Dou-me com os ciprestes e as aves selvagens,
dou-me contigo, numa miragem de fogo eterno.
Avisto-te ao longe e finjo ser outra !
Oferto-te a nudez plena da minha consciência,
na purificação da minha alma,
desprendo-me de mim
e arrumo a bagagem pesada que carrego.
À transparência me denuncio
na minha demência.
São eternos os gestos que gastei no templo.
Os nossos olhares tocam-se na força dos ventos.
Foi lá que gastei todas as imundices trajadas,
no rigor dos tempos,
e estou a um passo de me trair contigo.
Cansei-me dos olhares calados e moribundos,
ardi nos lampejos nublados, crepúsculos inocentes.
Para que serve a chama alada, a purificadora da manhã,
incensário abandonado, fumos que já não se sentem?
Cantei-me a mim mesmo para afugentar o silêncio,
busquei-te nos bosques penetrados no fim da tarde,
Vem, sacia a minha boca com frutos doces,
dá-me do teu mel, cultivado nas colmeias em ti.
Caminho em teu rosto curvado!
Vê como se alonga este meu passo na divisão dos medos.
Se soubesses como quero penetrar na tua boca quente,
desprender-me desta teia amargurada…
Há doçura estendida nos lagares da minha casa
e beijos calados no meu regaço
Mas é na imensidão do teu colo que me abro a ti
Sou gruta aberta nesse mar calado
Sem comentários:
Enviar um comentário